Bem-Estar Corporativo

Abandono de emprego: quais as causas e como evitar

22 de dez. de 2023
Última alteração 24 de abr. de 2024

Você sabia que cerca de 40% dos profissionais querem pedir demissão no Brasil? A exaustão e falta de reconhecimento são algumas das causas que levam as pessoas a se demitirem ou abandonarem suas posições nas organizações. 

O abandono de emprego pode levar a prejuízos financeiros e operacionais para as empresas. A legislação trabalhista prevê perdas de direitos para profissionais que tomam essa iniciativa, mas ainda assim as pessoas preferem arcar com os prejuízos. As causas variam conforme o contexto, podem estar relacionadas com problemas na gestão, quando não há uma adaptação à cultura organizacional ou podem ser motivações pessoais, psicológicas ou financeiras, por exemplo.

Em outras palavras, o abandono de emprego acontece quando profissionais não se sentem inseridos ou acolhidos na organização. Para evitar esse problema, o RH e líderes precisam investigar, pois compreender que fatores levam colaboradores a tomar essa atitude contribui na identificação de melhorias e aplicação de ações preventivas. Confira dicas para lidar com esses casos e veja como reter seus talentos.

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O que é abandono de emprego?

O abandono de emprego acontece quando um profissional não comparece ao trabalho durante dias consecutivos sem justificativa; ou seja, houve um abandono do trabalho sem motivo expresso. 

A legislação permite a rescisão do contrato de trabalho nesses casos, mas confirmar o abandono e rescindir o contrato pode ser um desafio para as empresas, pois a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não menciona claramente qual o período de ausência que caracteriza a situação. 

Já a Justiça do Trabalho consolidou um entendimento que 30 dias de faltas consecutivas, pode ser considerado abandono de emprego, sendo possível fazer a demissão por justa causa. O recomendado nesses casos é que as ações sejam coordenadas pelo setor jurídico da empresa, para minimizar os riscos trabalhistas.

Causas do abandono de emprego

Atualmente, 7 milhões de pessoas pedem demissão no Brasil. São diversos fatores que influenciam nesse número, inclusive que motivam a abandonar o trabalho - e até mesmo bons profissionais se incluem nessa situação. Confira as principais razões:

Demissão por abandono de emprego

A rescisão do contrato de trabalho por iniciativa da empresa é regulamentada pelo Artigo 482 do Decreto Lei no. 5.452 de 01 de maio de 1943. Mas essa lei não especifica os procedimentos para a empresa se resguardar. Por essa razão, é importante tentar identificar junto ao colaborador os motivos de sua ausência no trabalho. Confira algumas medidas para compor o processo de demissão:

  1. Aguarde 30 dias: como já mencionado, esse é um prazo reconhecido pela Justiça do Trabalho em jurisprudências de processos trabalhistas de abandono de emprego.
  2. Entre em contato com o colaborador: durante o período de ausência, tente entrar em contato com o profissional, por e-mail, telefone, aplicativos de mensagens, cartas registradas, ou outro meio de comunicação disponível. O objetivo é formalizar a tentativa de contato para solucionar o problema, além de ser uma prova junto a Justiça do Trabalho que houve iniciativa da empresa para reverter a situação de abandono de emprego.
  3. Envie uma convocação com prazo de retorno: durante as tentativas de contato, deixe claro na convocação a necessidade de comparecimento ou apresentação de uma justificativa pela ausência no trabalho. Determine um prazo e informe que o não comparecimento ou falta de retorno pode ser considerado abandono de emprego e ocasionar a rescisão do contrato por justa causa.
  4. Verifique as ausências justificadas: é indicado se o afastamento se dá por motivos de saúde comprovados por atestado médico, relatório ou declaração de internação, mesmo que o colaborador não tenha comunicado a empresa por meios formais. Caso esse tipo de documento exista, não é possível prosseguir com o processo de demissão, pois a lei trabalhista resguarda esse direito. Avalie junto a gestão direta se houve algum tipo de comunicação por e-mail, mensagem ou ligação.
  5. Identifique ausências injustificadas: a falta sem justificativa é caracterizada quando não há uma razão plausível pela ausência e quando está associada à falta de comunicação e retorno do colaborador nas tentativas de contato.

Caso você não obtenha respostas e tenha terminado o prazo informado nas comunicações, é possível entrar com a rescisão do contrato. No entanto, caso o profissional entre com um processo trabalhista para contestar a demissão por justa causa, a decisão final será da Justiça do Trabalho. Por essa razão, é preciso formalizar todas as tentativas de contato e ausências, por serem provas que poderão ser apresentadas no processo trabalhista e anexadas no histórico profissional.

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Como fazer a demissão por justa causa

Para rescindir o contrato de trabalho por abandono de emprego, é recomendado que a empresa aguarde pelo menos 30 dias, conforme definido em jurisprudências da Justiça do Trabalho. Nesse modelo de demissão por justa causa, a empresa deixa de pagar alguns valores que seriam obrigatórios em uma rescisão comum, como:

  • Aviso prévio de 30 dias
  • Multa de 40% referente a férias proporcionais
  • 13º salário proporcional ao tempo trabalhado

Além desses valores, a pessoa perde o direito ao saque do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e o valor do seguro-desemprego.

Apesar disso, a empresa ainda é obrigada a pagar os seguintes direitos trabalhistas:

  • Dias de trabalho e horas extras: é o cálculo proporcional de dias trabalhados com as horas extras de trabalho realizadas no mês.
  • Férias vencidas: calcula-se o valor de férias a pagar mais o 1/3 do seu valor
  • Salário-família: para os casos que se enquadram nessa modalidade esse valor é pago proporcionalmente aos dias trabalhados.

Evitando o abandono de emprego

As contratações demandam tempo e investimento. Ao ter uma situação que caracterize abandono de emprego, a perda operacional e financeira é inevitável. Sem contar o risco trabalhista no caso de um processo que seja contrário à decisão da empresa. Por essa razão, é recomendável que o RH implante medidas preventivas para reter talentos. Veja algumas dicas.

  • Invista em pesquisas de satisfação interna: essas pesquisas mostram pontos de melhoria e como é a percepção da equipe junto às diversas áreas da empresa, inclusive a gestão e diretoria.
  • Crie um canal aberto de comunicação com RH e decisores: os canais de ouvidoria são um ponto de apoio para ajudar colaboradores que enfrentam dificuldades no trabalho em geral.
  • Avalie como anda a saúde mental de seus colaboradores: estresse, fadiga mental, problemas emocionais relacionados ou não ao trabalho podem ser identificados quando as pessoas se sentem acolhidas com um canal aberto para se expressar. As pesquisas internas podem ajudar a identificar esses casos. Ao implantar um programa de saúde mental ou oferecer benefícios de bem-estar integral, você irá apoiar quem mais precisa.
  • Investigue problemas de gestão: as pesquisas internas e contatos por meio do canal de comunicação refletem como sua liderança se relaciona junto a equipe. Os dados obtidos ajudam a implantar ações corretivas, como a capacitação, coaching e um feedback construtivo.
  • Implante programas de bem-estar e benefícios corporativos: atualmente 93% das pessoas acreditam que o bem-estar é tão importante quanto o salário. Implantar um pacote de benefícios que auxilie os colaboradores a cuidarem de sua saúde contribui positivamente na satisfação de sua equipe.
  • Defina políticas que incentivem a colaboração, diversidade e inclusão: um ambiente de trabalho colaborativo e diverso promove a criatividade e inovação, fatores que contribuem no desenvolvimento e sentimento de pertencimento por parte dos colaboradores.
  • Avalie sua cultura organizacional: a cultura influencia na forma como líderes engajam e motivam sua equipe. Identificar a percepção de todos ajuda a promover melhorias.
  • Faça avaliação de desempenhoem todos os cargos: as avaliações permitem mostrar para as equipes e lideranças os pontos de melhoria e desenvolvimento.
  • Avalie as habilidades e competências das lideranças: os dados obtidos dessas avaliações, somados aos resultados das pesquisas internas, permitem que se elabore um plano de desenvolvimento das lideranças, para uma gestão de pessoas eficaz.

Use os programas de bem-estar para reter talentos

Você sabia que 89% das empresas relacionam os resultados organizacionais com a felicidade de seus colaboradores? Além disso, 87% dos colaboradores sairiam de uma empresa que não prioriza o bem-estar. Uma das estratégias que você pode adotar na sua empresa para reter talentos é investir em programas de bem-estar integral, que ofereçam apoio à saúde mental e prática de hábitos saudáveis. O Wellhub é a maior plataforma de bem-estar corporativo do mundo. Converse com um de nossos especialistas e entenda como podemos ajudar sua empresa.

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Referências


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Wellhub Editorial Team

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