Assédio moral no trabalho: evite esse problema na sua empresa

9 de abr. de 2024
Última alteração 9 de abr. de 2024

Empresas são feitas por pessoas e ao trabalhar juntas com o mesmo objetivo, elas são capazes de fazer coisas incríveis. Mas, infelizmente, nem tudo são flores: como acontece em qualquer agrupamento humano, a equipe de uma empresa também pode enfrentar desafios de relacionamento. E um deles é o assédio moral no trabalho.

Esse tipo de situação tóxica pode comprometer o ambiente profissional da companhia, levando a problemas maiores que prejudicam o desempenho geral da empresa no mercado. Ou seja: é algo que deve ser evitado ao máximo.

Entenda o que é assédio moral no trabalho, confira exemplos desse tipo de atitude e descubra o que você pode fazer em sua empresa para evitar que esse tipo de situação ocorra entre os integrantes da sua equipe.

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O que é assédio moral no trabalho

O assédio moral no trabalho é qualquer tipo de atitude abusiva, humilhante ou agressiva que aconteça de forma recorrente no relacionamento profissional entre pessoas da empresa. Isso pode se configurar na forma de palavras, gestos ou comportamentos, e são condutas voltadas a expor ou constranger um membro do time em frente aos colegas ou superiores.

É importante frisar o fator de repetição: um dos aspectos definidores do assédio moral no ambiente de trabalho é a recorrência dos episódios. Desentendimentos ou pequenas rusgas eventuais são relativamente normais em qualquer grupo, mas quando essa situação assume um perfil premeditado e frequente, o problema ganha contornos mais sérios e preocupantes.

No Brasil, 41% de todas as denúncias feitas à Justiça do Trabalho se referem a casos de assédio moral. E a previsão para o futuro não é das melhores, já que os registros parecem crescer cada vez mais: de 2022 para 2023, a quantidade de ocorrências dobrou.

Os tipos de assédio moral no trabalho

Como deu para perceber, a questão do assédio pode se configurar de diferentes maneiras, em diversas situações do dia a dia profissional. Os casos mais conhecidos são de chefes que assediam os colaboradores, mas o fluxo contrário também pode acontecer. Ou seja: existem vários tipos de assédio moral no trabalho, e é importante entender como essa dinâmica funciona no contexto da hierarquia e das relações de subordinação existentes no mundo corporativo.

Tipos de assédio moral no trabalho.png

Assédio moral horizontal

Quando o problema ocorre entre colaboradores do mesmo nível hierárquico, geralmente motivado por um clima de competição excessivo ou por motivos pessoais. A pessoa que assedia a outra pode, inclusive, influenciar mais colegas a fazerem o mesmo, liderando um grupo maior que visa intimidar a vítima e explorar sua vulnerabilidade.

Assédio moral vertical

Já quando a conduta inadequada acontece a partir de profissionais em posições diferentes no organogramada empresa, o que se tem é o chamado assédio moral vertical, que pode ser ascendente ou descendente.

  • Ascendente: o assédio parte de profissionais em níveis inferiores, mirando gestores e superiores. Pode ser uma ação individual ou organizada, quando o grupo de subordinados age de forma conjunta para constranger ou criar problemas para quem os gerencia.
  • Descendente: ao contrário, aqui, não importando o tipo de liderança vigente, a conduta humilhante ou inadequada parte de gestores, que usam sua posição superior para agir de forma autoritária ou colocar as pessoas subordinadas em situações desconfortáveis ou constrangedoras perante os demais.

Vale lembrar, claro, que essas categorias também podem se misturar, criando casos de "assédio moral misto", quando a vítima sofre a ação tanto de superiores quanto de colegas do time.

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Assédio moral no trabalho: exemplos

Diversas interações entre membros da força de trabalho podem se configurar como casos de assédio moral. Mas nem tudo o que parece assédio, de fato, pode ser definido como tal. Conhecer alguns exemplos práticos desse tipo de problema pode ajudar você a identificar essas situações e agir com rapidez para coibir a prática em sua equipe:

  • Exigir que um membro da equipe realize uma tarefa que não faz parte das suas atribuições ou está fora de suas qualificações.
  • Fazer “corpo mole” como forma de boicotar um novo líder ou gestor que acabou de assumir a posição.
  • Instigar a rivalidade e a competição exagerada entre colegas, ameaçando com punições quem tiver desempenho inferior.
  • Manter uma vigilância excessiva sobre o trabalho da equipe.
  • Delegar tarefas ou definir metas inviáveis, com prazo curto e alta complexidade, para que não sejam cumpridas e se tornem motivo de críticas ou advertências públicas.
  • Criar apelidos pejorativos ou fazer brincadeiras ofensivas, de cunho pessoal, que humilham ou constrangem as pessoas.
  • Reduzir a quantidade de trabalho do colaborador ou dificultar seu acesso ao sistema de trabalho, por exemplo, criando uma situação de “ociosidade forçada” a fim de expô-lo aos colegas.
  • Não oferecer condições mínimas de higiene e instalações adequadas ao tipo de trabalho realizado, ou cercear o acesso de algum membro a esses recursos básicos.
  • Exigir um desempenho inalcançável do time, forçando as pessoas a trabalhar fora do horário e colocando em risco sua saúde física e mental.

Infelizmente, essa lista é quase infinita. Novas situações de assédio moral podem surgir a qualquer instante, em qualquer relação profissional. Como responsável pela gestão de Recursos Humanos, você deve se atentar a isso para evitar que episódios como os mencionados acima aconteçam e causem danos pessoais e institucionais em sua organização.

E o que diz a lei sobre o assédio moral?

Tecnicamente, o assédio moral ainda não é plenamente tipificado como crime. Mas isso deve ocorrer em breve: já existe um projeto de lei nesse sentido, aprovado pela Câmara dos Deputados, mas que precisa passar pelo Senado Federal para concluir seu processo de aprovação.

Mesmo assim, o tema está registrado na legislação do trabalho. Com a Reforma Trabalhista de 2017, o artigo nº 483 da CLT passou a considerar o assédio moral no trabalho como uma das situações que podem motivar a rescisão indireta do contrato de trabalho, garantindo à pessoa a indenização referente.

Os prejuízos causados pelo assédio moral no trabalho

Identificar e combater casos de assédio moral no trabalho, tanto horizontais quanto verticais, é muito importante. Do contrário, esse tipo de atitude pode se arraigar na cultura corporativa e causar uma série de prejuízos, não apenas para as vítimas dessas condutas, mas até mesmo para os negócios da empresa também.

Riscos à saúde da equipe

Quem é vítima de assédio moral tende a desenvolver quadros de saúde como estresse, crises de pânico, depressão, distúrbios do sono e síndrome de burnout, comprometendo seu desenvolvimento profissional e sua carreira. Além disso, essa situação tem influência direta no aumento do absenteísmo na organização.

Queda na produtividade

Por um lado, pessoas sofrendo assédio não conseguem trabalhar em alto nível; por outro, colaboradores tentando boicotar seus chefes deixam de cumprir suas tarefas com o prazo e a qualidade esperados, o que é péssimo para todos.

Alta rotatividade

Ambientes tóxicos levam as pessoas a abandonarem seus empregos, o que aumenta significativamente a taxa de turnover na empresa. Isso, claro, coloca por água abaixo qualquer esforço da gestão em termos de atração e retenção de talentos.

Hoje em dia, a vida profissional e a vida pessoal do colaborador estão cada vez mais conectadas, e problemas no trabalho podem facilmente se tornar problemas de âmbito particular, afetando a saúde física, mental e emocional das pessoas. Tanto é que, para 87% das pessoas, a falta de bem-estar na rotina de trabalho é motivo para abandonar uma empresa. Prevenir a ocorrência desse problema em seu time é cada vez mais fundamental para o sucesso do negócio.

Como prevenir e combater o assédio moral no trabalho

O combate ao assédio moral no trabalho passa por diversas ações, e o departamento de Recursos Humanos tem um papel crucial em liderar as iniciativas que visam eliminar esse tipo de prática do ambiente profissional — conduta nociva tanto às pessoas quanto aos negócios. Abaixo, você acompanha algumas ações que podem ser muito efetivas para diminuir o risco de episódios de assédio moral entre os membros da sua equipe.

  1. Invista na formação de líderes conscientes

Muitos casos de assédio moral no trabalho acontecem a partir da ação de chefes desequilibrados e autoritários, que agem como ditadores, e não como líderes. Criar um programa de desenvolvimento de lideranças dentro da empresa contribui para o surgimento de uma nova mentalidade nesse sentido, e promove uma relação mais colaborativa e amistosa entre gestores e suas equipes.

  1. Crie canais de denúncia

É importante que as pessoas saibam com quem falar caso se sintam vítimas de assédio moral no trabalho. Criar um código de conduta interno, divulgar campanhas internas de conscientização e oferecer um canal de denúncias, além de inibir a ação de assediadores, também dá às vítimas uma ferramenta para combater essa situação.

Em empresas onde existe a CIPAA, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio, ter um sistema de denúncias é obrigatório. Lembre-se de garantir que toda queixa será anônima, para preservar a identidade dos envolvidos e garantir sua segurança. Uma dica: hoje em dia, já existem plataformas e aplicativos especializados nesse tipo de serviço.

  1. Aposte na formação de elos entre a equipe

Uma equipe unida, coesa, em que todos se respeitam e confiam uns nos outros, tem menos chances de sofrer com o assédio moral no trabalho. Criar laços de afetividade e solidariedade entre as pessoas evita que a competitividade exagerada se instale no time, bem como a inveja ou outros sentimentos pessoais negativos entre colegas de departamento.

Uma forma de alcançar esse objetivo é realizando atividades de team building, que ajudam a fortalecer o espírito de equipe na empresa e a mitigar eventuais situações de assédio de forma natural.

Construa um ambiente de trabalho saudável

Lembre-se que o primeiro exemplo de respeito e valorização das pessoas da equipe deve partir da própria empresa. Quando os colaboradores sentem que a organização está focada em criar um ambiente de trabalho psicologicamente seguro e saudável para todos, a tendência é que adotem a mesma postura nas interações individuais entre si.

Existem várias iniciativas nesse sentido. Abrir espaço para mais diversidade e inclusão na empresa, por exemplo, é uma forma de provar que todo mundo tem seu lugar garantido na equipe. No mesmo sentido, oferecer uma política de benefícios flexíveis, que atenda as demandas específicas de diferentes perfis de colaboradores, também evita comparações e rivalidades no grupo.

Por fim, garantir a saúde física e mental de todos também é essencial para prevenir e, até mesmo, cuidar de quem eventualmente passou por uma experiência de assédio moral no trabalho. Uma rotina de exercícios físicos variados e a prática de terapias e atividades de autocuidado ajudam a promover a sensação de bem-estar nas pessoas, fazendo com que se sintam mais felizes, dispostas e bem consigo mesmas, dentro e fora do ambiente de trabalho.

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